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Uber quer mudar lei sobre transporte no Brasil
Uber quer mudar lei sobre transporte no Brasil

 

Uber quer mudar lei sobre transporte no Brasil, diz executivo do aplicativo

App que conecta passageiros e motoristas é alvo de polêmica no Rio e SP.
Para porta-voz do Uber, companhias de táxi estão indispostas a competir.

Bruno Araujo, em São Paulo

Aplicativo Uber foi banido da Alemanha após decisão de  Tribunal de Frankfurt (Foto: Mario Anzuoni/Reuters)Aplicativo Uber faz conexão entre passageiros e
motoristas e é motivo de polêmica (Foto: Mario
Anzuoni/Reuters)

Falem mal ou falem bem, mas falem do Uber. Alvo de reclamações de taxistas no Rio e de um pedido de suspensão pela Prefeitura de São Paulo, que o considera clandestino, o aplicativo que conecta passageiros e motoristas particulares chegou ao Brasil há menos de 4 meses, mas diz que quem precisa mudar são os outros.

Em entrevista ao G1, Lane Kasselman, porta-voz da empresa na América, afirma que o Uber quer atualizar o "quadro regulatório brasileiro" sobre transporte, nega o rótulo de aplicativo de caronas pagas e questiona a polêmica em torno do serviço, causada, segundo ele, por "donos de companhias de táxi indispostos a competir".

"Em muito tempo, não houve necessidade da indústria de táxis evoluir. Eles têm sido a única opção", afirma Kasselman, por telefone, ao G1. "Isso não está no melhor interesse dos consumidores, nem nos do governo. A cada vez que acontece um protesto de taxistas, os cadastros no Uber crescem milhares de vezes. São os usuários apoiando a entrada do Uber no mercado, pois força todos a melhorarem os serviços que fornecem".

O aplicativo chegou a São Paulo em 27 de junho e rapidamente entrou no radar da prefeitura da capital paulista, que em agosto apreendeu três veículos que usavam o Uber. Isso porque o serviço intermediado pelo app, que surgiu nos Estados Unidos sob o viés colaborativo de unir donos de carros e pedestres que rumavam para o mesmo lugar, fere a regulamentação brasileira. A lei federal 12.468, de 2011, estabelece que o transporte individual remunerado de passageiros é uma atividade privativa dos taxistas.

Kasselman diz que a empresa conhecia as leis brasileiras antes de chegar ao país e conta que ela está conversando "com tomadores de decisões para encontrar um quadro regulatório permanente" no Brasil. No entanto, ele nega qualquer ilegalidade no serviço, já que, em sua opinião, o Uber não é contemplado pela legislação atual.

"Acredito que algumas leis em que os reguladores têm se debruçado foram escritas décadas atrás, antes do iPhone existir, antes do mercado dos apps. É importante fazer essa questão: essas leis não deviam ser atualizadas? Elas não deviam refletir uma nova indústria que até anos atrás não existia?", alega o executivo.

Experiência VIP
O Uber funciona de forma parecida aos aplicativos de táxi que estouraram no Brasil. O passageiro diz onde está e pede por um carro. Os motoristas usuários do app visualizam a corrida, sem intermediários, e optam por aceitá-la ou não. Porém, Kasselman não enxerga seu produto como concorrente, mas sim uma alternativa "elevada e VIP" aos táxis.

Lane Kasselman, porta-voz do Uber para América (Foto: Divulgação/Uber)Lane Kasselman, porta-voz do Uber para América
(Foto: Divulgação/Uber)

"Nós somos uma experiência diferente. Com táxis, eu preciso acenar e ficar na parte de trás de um veículo que nunca experimentei. Alguns são bons, outros não, você nunca sabe o que vai encontrar", diz. "Com Uber, você tem a mesma experiência independentemente de onde estiver. São Paulo, Milão, Miami, tanto faz. O motorista te oferece água, coloca a música que você quiser, o carro sempre está em boas condições. E quando chegar ao destino, você apenas desce. Não há dinheiro [em papel]. Você não precisa pensar em como pagar. Tudo é resolvido dentro do app".

Em tom pretensioso, as afirmações soam como "la garantia soy yo", construídas em cima da própria popularidade do aplicativo ao redor do mundo. Mas Kasselman credita a manutenção do nível de qualidade do aplicativo à sua exigente ferramenta de avaliação. "Quando você termina a corrida, tem a opção de avaliar o motorista. Se você der menos de 4 estrelas, nosso time irá ligar para ele dizendo que é preciso melhorar o serviço, ou ele não poderá mais usar a plataforma", afirma.

"Só queremos os melhores. Para esses motoristas particulares, o impacto é significante se eles não poderem operar com o Uber".

Quem monitora os motoristas?
Outra crítica ao Uber diz respeito à segurança do aplicativo. No fim de agosto, um caso de agressão em SP envolvendo um passageiro e um taxista usuário de um app de táxisreacendeu a discussão sobre a confiabilidade nesse tipo de transporte. Para Kasselman, envolver o Uber nessa polêmica é um equívoco sobre a própria noção de táxis.

"Certamente existem táxis que oferecem um serviço ótimo, mas pergunte a qualquer brasileiro que usou um e eles dirão que já tiveram experiências ruins. Existem táxis que cobram a mais, outros que cometem crimes. Então o fato de eles serem taxistas, de terem algum tipo de certificação, não significa que é mais seguro", comenta. "A plataforma Uber é inerentemente segura porque não há dinheiro envolvido. Você não pode ser roubado".

Kasselman não entra no mérito de comentar números sobre a operação do Uber no país. "É um mercado muito competitivo. Mas nós temos milhares de passageiros e motoristas no Brasil, e esse número cresce bastante semanalmente". O executivo também não fala sobre os planos de expansão no Brasil, apesar de o site do aplicativo apontar que a empresa busca profissionais em Belo Horizonte e Curitiba.

"Nosso foco é fornecer uma ótima alternativa de transporte para motoristas e passageiros. Garantir que o governo brasileiro saiba quem somos, o que fazemos, e porque somos importantes para as cidades", diz Kasselman. "Existem dias em que você deve pegar o ônibus. Outros, onde você deve ir de bicicleta. Em alguns, usar seu próprio carro. Mas também há os dias que você deve usar o Uber. Então nós estamos dando aos paulistas e cariocas uma opção".